Por: Polyanna L. Gomes
Eu só precisava de um cigarro.Isso.Eu andava mal,a vida andava mal.Eu sou um cara mal. Tudo começava a fazer sentido, ou na verdade ela fazia sentido,com suas palavras sinceras e seu jeito firme de me encarar e dizer:"Você é mal, Paul. Você não consegue e nunca conseguirá amar ninguém". Minha cabeça não para de repetir essa frase. E só o cigarro,por alguns segundos me faz esquecer.
No instante em que ela arrumou tudo,e me virou as costas,eu sabia exatamente que nunca mais,nunca mais amaria ninguém.Descobri que sou sim,um cara mal. Nunca amarei ninguém,como amei ela. Eu jurei uma vez nunca chorar,nem nunca demonstrar ser fraco diante de ninguém,ou até de mim mesmo,mas...hoje foi imprescindível.Como se algo mais forte do que eu,como se algo mais humano,mais limpo,mais verdadeiro,me tentasse,altera-se a minha personalidade,mudando-a completamente.Eu chorei! E foi horrível,por que aquilo não queria parar,e doía o peito, e me rasgava por dentro,e eu não sabia o que fazer.
Lembro da noite que a conheci no Piano Bar.Ela tocava "pra caralho",num piano azul-marinho,com flores nas laterais.Aquilo era algo surreal,e no momento em que me aproximei para vê-la melhor,ela instantaneamente sorriu pra mim, e sussurrou algo do tipo:" É a minha música preferida". Eu ri e retruquei:" A minha também". Foi algo diferente,"louco",totalmente interessante e devastador.Ela ali,eu cá, e a cumplicidade imortal que nascia da nossa troca de olhares,naquele momento.Eu já a amava.
Agora,ela foi embora e a culpa é inteiramente minha. Esse meu lado durão,amargo e garoto-problema,não combinava com o jeito livre,feliz e prazeroso dela.Talvez seja o fim,e nada pra mim nunca teve fim,por eu não consigo por um fim nas coisas.E se isso foi um FIM...o fim,é horrível!
Fui pro chuveiro, molhei minha cabeça, desabei no chão do banheiro,e chorei,chorei,chorei, como antes nunca tinha chorado,por nada,por ninguém. Eu chorei, por que naquele momento que eu descobria algo especial e corajoso dentro de mim.Aquilo que aqueles anos todos de convivência ela tinha demonstrado,e eu num queria enxergar. O amor! O grande e desejoso amor.O prazeroso e perigoso amor!
EU CHOREI POR AMOR!
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