quinta-feira, 1 de dezembro de 2011 1 comentários

Coadjuvante

Por: Polyanna L. Gomes

             Eu lembrei ontem daquela vez que te vi,quando voltava de viagem. E o instante que sem querer eu me joguei nos seus braços e sussurrei no seu ouvido “Bom te ver”.Parecia que minha vida toda tinha sumido,e ali,naquele minuto,você era o alguém que eu precisava. Você, carinhoso como sempre, encostou sua testa na minha e passou as mãos no meu cabelo. Nossa!Era a melhor das sensações. Indiscutivelmente o melhor dos carinhos.
         Hoje sei que estás com ela, e que nem sequer lembra mais de mim.Ou até pode lembrar,com amor,com raiva, com algum sentimento,mesmo que feio,ou pequeno, mas que lembre, que lembre. E a cada segundo eu possa estar num rápido instante de seu pensamento.
            Por mais ridículo que possa parecer, e por mais irracional que eu pretenda ficar, queria poder, e só mais uma vez passar as mãos no teu cabelo molhado, sentir o seu cheiro apimentado no meu travesseiro, tocar seus lábios quentes e com cheiro de hortelã, e poder te chamar de “Meu bem”. Tolas fraquezas minhas, meu amor.
           Quantas promessas foram feitas, e quantos carinhos foram gastados? Aquele seu sorriso encantador, cheio de vida, que vinha acompanhado de um gargalhar alto, representado quase toda alegria do mundo. Era bom... era tão bom,quando entrava cansado e tirava a gravata com raiva,se jogava no sofá, olhava pra mim e sussurrava “Eu te amo,querida”.
          Como não tenho o hábito de ser direta, ou carinhosa demais, queria aqui expressar pelo menos um pouco do que sinto, ou do que ainda vou sentir, quem sabe, por toda a eternidade, pois jamais encontrarei outra pessoa, que tenha um modo tão gentil e educado de ser especial na minha vida. Sei que poderá achar minhas palavras sutis, e ficar imaginando “Que mulher é essa,que eu não conhecia?”, e sei que vai continuar a levar sua vida da forma que está, e que não se importará com nada ou nenhum sentimento aqui expresso.
          Para conhecer realmente o amor, acho que temos de passar por provações. Alguns conseguem passar, sem nem ao menos vê-las.  Então passam a dizer que nunca foram testados na vida. Que tinham e têm um amor puro e concreto.Firmado no respeito mútuo entre os dois.Pois digo que isso tudo é mentira, e que as provações existem sim,por mais que muitos queiram disfarçar. Eu acho que não consegui passar por ela, não é mesmo?!   
           Espero que leia com carinho isso tudo, e não me responda com outra carta,mas sim com uma surpresa na minha porta.Se não sentir nada, e quiser simplesmente esquecer, por favor, me mande uma flor, com o seu toque, o seu perfume e toda a sua delicadeza de conhecer “Do que as mulheres gostam”. Peço encarecidamente que não descarte esses meus pedidos. Ainda te amo, mas sei que hoje sou apenas uma coadjuvante na sua vida.

                                                                  .     .     .


                          (10 Horas da manhã de quarta-feira,num apartamento qualquer)
         Ao abrir o envelope endereçado ao seu nome, ele estremeceu. Sentiu que era ela, e que talvez fosse ficar mal, como a dois dias atrás quando a tinha visto saindo do supermercado, tão linda e encantadora como sempre.Com aquele ar de superioridade dela,com aquele jeito de indomada, de mulher moderna.
       Começou a ler e seus olhos ficaram embaçados pelas lágrimas,assim como seus sentimentos.Leu os pedidos, que para ele não pareciam quase nada. “Ela nunca demonstrou que me amou de verdade,e acho que nunca conseguirá fazer isso, mesmo que esta carta mostre outra coisa”. Será que poderia conviver com ela de novo. A amava demais, e isso era o motivo de estar sozinho de novo. A última mulher que havia entrado no seu apartamento, parecia que ia durar, parecia que conseguiria amá-la. Mas, não. Não conseguiu. “Deve ser essa linda e perigosa coadjuvante, querendo tornar-se sua principal.” Ele pensava.
     Sua confiança no amor dela,sua vontade de voltar.Isso perturbava  a sua cabeça. Não tinha mais certeza do que queria, não sabia se voltaria a ser o cara que ela estava esperando.Havia mudado muito,desde quando saiu de casa.Tinha sofrido bastante com a separação,pois a amava demais, pra tudo aquilo desabar de uma só vez.
(Ele pegou a carteira, contou o dinheiro miúdo, e tinha quase 5 reais. Achou também seu cartão de crédito, e ficou horas olhando para ele. “Rosa,ou passagem?”
Pegou o paletó, subiu por alguns instantes ao quarto. Desceu as escadas com um sorriso no rosto. Abriu a porta, bateu e saiu).
quarta-feira, 30 de novembro de 2011 0 comentários

Nem a luz, nem a escuridão

Por: Polyanna L. Gomes

                   Eu só precisava de um cigarro.Isso.Eu andava mal,a vida andava mal.Eu sou um cara mal. Tudo começava a fazer sentido, ou na verdade ela fazia sentido,com suas palavras sinceras e seu jeito firme de me encarar e dizer:"Você é mal, Paul. Você não consegue e nunca conseguirá amar ninguém". Minha cabeça não para de repetir essa frase. E só o cigarro,por alguns segundos me faz esquecer.
                   No instante  em que ela arrumou tudo,e me virou as costas,eu sabia exatamente que nunca mais,nunca mais amaria ninguém.Descobri que sou sim,um cara mal. Nunca amarei ninguém,como amei ela. Eu jurei uma vez nunca chorar,nem nunca demonstrar ser fraco diante de ninguém,ou até de mim mesmo,mas...hoje foi imprescindível.Como se algo mais forte do que eu,como se algo mais humano,mais limpo,mais verdadeiro,me tentasse,altera-se a minha personalidade,mudando-a completamente.Eu chorei! E foi horrível,por que aquilo não queria parar,e doía o peito, e me rasgava por dentro,e eu não sabia o que fazer.
                 Lembro da noite que a conheci no Piano Bar.Ela tocava "pra caralho",num piano azul-marinho,com flores nas laterais.Aquilo era algo surreal,e no momento em que me aproximei para vê-la melhor,ela  instantaneamente sorriu pra mim, e sussurrou algo do tipo:" É a minha música preferida". Eu ri e retruquei:" A minha também". Foi algo diferente,"louco",totalmente interessante e devastador.Ela ali,eu cá, e a cumplicidade imortal que nascia da nossa troca de olhares,naquele momento.Eu já a amava.
                    Agora,ela foi embora e a culpa é inteiramente minha. Esse meu lado durão,amargo e garoto-problema,não combinava com o jeito livre,feliz e prazeroso dela.Talvez seja o fim,e nada pra mim nunca teve fim,por eu não consigo por um fim nas coisas.E se isso foi um FIM...o fim,é horrível!
       Fui pro chuveiro, molhei minha cabeça, desabei no chão do banheiro,e chorei,chorei,chorei, como antes nunca tinha chorado,por nada,por ninguém. Eu chorei, por que naquele momento que  eu descobria algo especial e corajoso dentro de mim.Aquilo que aqueles anos todos de convivência ela tinha demonstrado,e eu num queria enxergar. O amor! O grande e desejoso amor.O prazeroso e perigoso amor!

                                                  EU CHOREI POR AMOR!
quinta-feira, 17 de novembro de 2011 0 comentários

Eterna poesia,
Eterno maestro,
Eterno rei do amor cantado...
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A Poetisa


Minhas mãos esquentam, e o meu coração congela,

isto simplesmente revela,

o nascimento de um poema;

Sem pensar,sem sonhar,sem perecer;

Cria formas, e mesmo antes de nascer,

alegra a pequenina poetisa,

que torna-se grande só de saber,

o quanto nada a faz compreender,

que a vida a fez dependurada,

nas entranhas da arte, e a mercê;

dos pensamentos soltos e vagos;

perdidos e desgarrados;

Em sonhos que se enlaçam,sem se entender!

Polyanna Lucena
 
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